A suindara ainda está lutando
para adaptar-se à vida moderna
Amada por uns, odiada por outros,
a coruja-das-torres, coruja-dos-celeiros ou suindara continua procurando se
adaptar aos ambientes antropizados.
Na
Inglaterra, pesquisas recentes sobre as áreas de nidificação indicam que os
fatores que destruíram 70% das corujas-das-torres no século 20 ainda afetam a
espécie.
Uma das aves de rapina mais
difundidas no mundo, a coruja-dos-celeiros Tyto furcata provou ser tão bem sucedida em
adaptar-se à vida ao lado dos seres humanos que até mesmo o seu próprio nome
reflete a relação simbiótica que tem sido compartilhada por agricultores e esta
ave carismática ao longo do curso de centenas de anos.
As suindaras preferem viver e
aninhar em locais abrigados que as protegem dos elementos, e quando os homens
começaram a construir nas áreas rurais, as corujas rapidamente aproveitaram a oportunidade,
trocando fendas nas rochas e buracos em árvores por salões confortáveis nos
sótãos de celeiros e igrejas. Em troca as suindaras pagam aos seus hospedeiros
involuntários, capturando ratos e camundongos que se aventuram em suas terras.
Abertura proposital na parte
superior de igreja na Alemanha permitindo que as corujas tenham acesso ao átrio
para nidificar.
Na
Inglaterra, pesquisas recentes sobre as áreas de nidificação indicam que os
fatores que destruíram 70% das corujas-das-torres no século 20 ainda afetam a
espécie.
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Entretanto, na Inglaterra em meados do século 20, as mudanças na dinâmica da relação entre
humanos e corujas rapidamente provocaram um declínio acentuado nas populações
de corujas britânicas. Segundo o “Barn Owl Trust”, uma instituição conservacionista
do Reino Unido, a população da espécie no país diminuiu em até 70% entre 1932
e 1985.
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A redução nas populações é em
grande parte o resultado de melhorias na forma como os agricultores cultivam as
suas terras. A ceifadeira-debulhadora, que é extremamente eficiente na colheita
de grãos, e o desenvolvimento de silos de grãos fechados eliminaram o
armazenamento de grãos em cercados em terras agrícolas, significando menos
alimentos para roedores durante os períodos mais frios do ano e
consequentemente menos presas para as corujas. Os agricultores modernos também
são capazes de cultivar terras que estavam anteriormente além da capacidade de
seus equipamentos e ferramentas, permitindo-lhes arar até as bordas das
florestas, resultando na perda do habitat de caça preferido da
coruja-dos-celeiros.
A população da
coruja-dos-celeiros declinou 70% durante o século 20, na medida em que as
práticas agrícolas intensivas, como desmatamento, uso de defensivos e fertilizantes,
redução nas populações de presas, cobraram seu pedágio sobre as aves.
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O século 20 também trouxe outros
perigos como as mortes nas estradas, potentes venenos para controle de roedores
e a perda de pontos de nidificação como os celeiros tradicionais que são
derrubados e substituídos por prédios de concreto, menos convidativos e sem
nenhuma chance de fendas para nidificação.
Há evidências de que o número de
corujas no Reino Unido se estabilizou desde meados dos anos 90, mas claramente os
fatores de declínio ainda estão impactando as populações de corujas. Embora a
população britânica desta espécie reclusa e noturna seja mal compreendida, vem
sendo determinada a saúde da população de corujas-dos-celeiros no país através
da pesquisa anual de ninhos realizada pelo “Barn Owl Trust”, na qual 32 grupos independentes
de todo o país trabalham juntos para visitar locais de nidificação e registrar
o tamanho das ninhadas de parelhas reprodutoras bem sucedidas.
Os resultados apontaram outro ano
ruim para as corujas. O número de casais nidificando em 2016 reduziu 6% em
relação a média dos anos anteriores, e o número de jovens no ninho reduziu 7%.
Embora decepcionante, os números são, pelo menos, melhores em relação a 2013 e
2015, anos em que o clima frio reduziu os ninhos ativos a 70% e 25% em relação
a média de todos os outros anos. A baixa produção de filhotes está claramente
se tornando uma tendência, que o “Barn Owl Trust” atribui à falta de presas
disponíveis e uma baixa densidade populacional global exacerbada pela falta de
corujas juvenis para substituir os adultos.
A situação recomenda várias
medidas para ajudar a sustentar o número de corujas-de-celeiro, incluindo a
melhoria do habitat, a instalação de telas de prevenção de voo baixo em torno
de estradas principais para evitar colisões e substituição dos ninhos artificiais
existentes para reduzir a mortalidade de filhotes.
Links
Veja a reportagem completa no site do "The Barn Owl Trust"
http://www.barnowltrust.org.uk/barn-owl-facts/current-uk-barn-owl-population/
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